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terça-feira, 5 de outubro de 2010

DIA 28 DE SETEMBRO EM SÃO PAULO:

PRECISAMOS SER MILHARES NAS RUAS PARA ARRANCAR NOSSO DIREITO AO ABORTO LIVRE, LEGAL, SEGURO E GRATUITO!



No dia 28 de setembro, dia latino americano pela legalização do aborto, cerca de 120 pessoas estiveram presentes no ato convocado pela Frente Pela Descriminalização e Legalização do aborto, ocorrido na Praça do Patriarca, em São Paulo. Nós, do grupo de Mulheres Pão e Rosas, mesmo sem compor a Frente, participamos das reuniões de preparação do ato pela necessidade de uma luta unificada pela legalização do aborto. Também Estiveram presentes representantes da Marcha Mundial de Mulheres, a Secretaria de Mulheres do PSOL, LER-QI, CSP-Conlutas, PSTU, Coletivo Dandara, ONG Católicas Pelo Direito de Decidir, CUT-SP, Secretaria de Mulheres da UNE, ANEL, Bloco Anel às Ruas, entre outras.


Cantamos abrindo o ato, junto às demais presentes:

“Nesse dia se escuta um só grito: aborto legal, seguro e gratuito!”;
“Legalize, o corpo é nosso, é nossa escolha, é pela vida das mulheres!”


Com atos em diversos países da América Latina, este tipo de ação pode ser parte de uma campanha massiva pelo direito ao aborto para que as mulheres não sejamos mais mortas por conseqüências de abortos inseguros. A mais ampla mobilização deve se dar ao redor de um direito elementar a milhões de mulheres que temos o direito ao nosso corpo e a nossa vida negados. Assim que o ato na Praça do Patriarca em São Paulo, mostrou menos do que poderia. Marcado por ser na última semana do processo eleitoral, os partidos que dispunham de candidaturas não se utilizaram do espaço eleitoral de suas campanha e horários gratuitos eleitorais para fazer uma ampla convocação e debate sobre a defesa do direito ao aborto.



Algumas organizações presentes no ato lutavam pela legalização do aborto ao mesmo tempo em que faziam campanha para Dilma ou deixaram de denunciar que o governo Lula, (assim como a candidatura Dilma) não podem estar ao lado do direito das mulheres enquanto mantêm assinado o acordo Brasil Vaticano, que concede maiores direitos à Igreja Católica, a mesma que dirige campanhas contra o direito ao aborto. Assim como o governo de Lula e Dilma não podem dizer estar ao lado também dos trabalhadores quando a maior parte dos postos de trabalho criados no governo Lula foram terceirizados e precarizados, e sabemos que a precarização tem rosto de mulher. Dilma, da reivindicação da constituição para os casos de aborto legal em duas situações – estupros e/ou risco de morte da mãe – Dilma retrocedeu ainda mais na reivindicação da legalização do aborto e na última semana do processo eleitoral colocou-se abertamente contra o direito ao aborto em busca dos votos de evangélicos e católicos. Porém, apesar de tudo isso organizações como a Marcha Mundial de Mulheres mantêm uma estratégia atrelada ao governo e acabam traçando uma estratégia fundamentalmente parlamentar quando sabemos que este meio de luta, apenas, não garantirá a legalização do aborto.


Por isso cantamos durante o ato:


“Milhares de mulheres mortas, abortos clandestinos não. Eu quero direito a meu corpo, eu quero a legalização. Aos governistas nós dizemos, vocês não nos enganam não. Enquanto falam pela vida, mantêm a proibição. Não vou deixar!”.


As falações terminaram com a Frente lançando a Plataforma pela descriminalização e legalização do aborto. Seguimos em um ato unificado até o Largo São Francisco e, no final deste, Diana Assunção, da Secretaria de mulheres do Sintusp e do Pão e Rosas, saudou o ato e reafirmou que a luta pela legalização do aborto não se dará pela via parlamentar, que conseguiremos conquistar nossos direitos quando mulheres estiverem nas ruas dispostas a separar definitivamente a Igreja do Estado, a lutar pela legalização do aborto e que neste sentido tínhamos que unificar nossas forças, sem nenhuma ilusão nos atuais governos e denunciando como estes são coniventes com nossas mortes. Neste sentido apenas que as vias de luta parlamentar poderiam ajudar numa luta de combate pelos direitos das mulheres.


E, no bloco impulsionado pelo Pão e Rosas, cantamos no final do ato:

“Basta de abusos e violações,
Eu quero o meu corpo sem esses grilhões.
Basta de estupros, de morte e de dor
Hipócrita a Igreja, está com o estuprador.
Sou Pão e Rosas
Mulheres na luta já!
O estado capitalista
Não vai nos emancipar.
Sou pão e rosas
Direito ao aborto já!
E na América Latina,
Mulheres mortas não vamos deixar.”





Chamamos todas as organizações feministas a não nos calarmos mais frente às violações que sofrem as mulheres no governo Lula/Dilma e para fazermos uma real luta de combate pelo fim do acordo Brasil Vaticano e pelo fim da intervenção da Igreja sobre nossos corpos! Pelo arquivamento do projeto de lei Estatuto do Nascituro! Por educação sexual nas escolas públicas e privadas! Por contraceptivos gratuitos e de qualidade para não engravidar e aborto livre, legal seguro e gratuito para não morrer! Estatização do sistema de saúde sob controle das/os trabalhadoras/es e usuárias/os!

Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, queremos fazer parte da mais ampla frente única pra arrancar esses direitos negados às mulheres! Chamamos todas as organizações de mulheres a continuar atos e debates unificados como parte de uma luta em comum pelo direito ao aborto livre, legal, seguro e gratuito!


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