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quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Pão e Rosas se fez presente no CEEUF - Conselho de Entidades Estudantis da Unesp e Fatec - realizado na Unesp de Marília

Por Pão e Rosas
Como um grupo de mulheres militante, ligado às lutas da realidade, o Pão e Rosas está atuando na greve das universidades estaduais paulistas, lutando junto aos trabalhadores e estudantes. Nas últimas semanas, fizemos parte da organização do Festival de Greve na USP e do ato de estudantes na Avenida Paulista, ambos em defesa da greve dos funcionários das três universidades e exigindo o pagamento dos salários dos trabalhadores da USP que foram descontados pelos dias parados.Como parte desse combate contra os reitores e o governo do estado de São Paulo, estivemos nos dias 19 e 20 de junho na Unesp de Marília, onde se realizaram o CEEUF (reunindo as entidades estudantis da UNESP) e uma importante reunião estadual que reuniu estudantes e funcionários das três universidades estaduais.As reuniões aconteceram em meio à ocupação da diretoria da Unesp – Marília, que os estudantes do câmpus fizeram em solidariedade aos trabalhadores em greve. Além da defesa do direito de greve e das reivindicações da mesma, os estudantes de Marília colocaram em sua pauta de reivindicação a luta contra a terceirização. No ano passado, eles tiveram uma importante conquista estudantil que é a abertura do Restaurante Universitário no período noturno. No entanto, frente ao objetivo da UNESP de utilizar trabalho terceirizado para isso, os estudantes se colocaram contra, combatendo a precarização do trabalho. E a diretoria do câmpus, frente à ocupação, cedeu: no bandejão de Marília não vai ter terceirização!

Num contexto em que se avançam os ataques que precarizam as condições de vida da classe trabalhadora e retiram seu direito de luta através de cortes de salários, perseguições e demissões políticas, buscamos refletir sobre o papel que cumpre a opressão das mulheres e também das negras e negros servindo de margem de manobra ao capitalismo para acentuar a exploração sobre a classe trabalhadora, concretizada, sobretudo, nas terceirizações e nos salários diferenciados. É preciso superar a divisão das fileiras operárias. A necessidade de responder de maneira organizada se intensifica. Por isso discutimos como as mulheres, estudantes e trabalhadoras, precisam estar unidas por suas demandas e as da classe trabalhadora.

Esses objetivos foram discutidos na reunião de apresentação do Pão e Rosas que realizamos nesse fim de semana na UNESP de Marília. Trabalhadoras da USP em greve falaram de sua luta e da experiência que estão levando à frente com a organização da Secretaria de Mulheres do Sintusp, levando o debate sobre a necessidade de superar a opressão das mulheres nos espaços de discussão e decisão política como parte fundamental da luta contra a opressão. Outras companheiras falaram da atuação do Pão e Rosas na greve de professores/as do estado de SP, em que colocamos como eixo prinicipal a luta pela efetivação dos professores/as temporários e também sobre o recente processo de luta em defesa das trabalhadoras terceirizadas da cantina da faculdade, defendendo o pagamento dos salários atrasados e a efetivação de todas trabalhadoras.

Apresentando as campanhas Somos as negras do Haiti e Somos todas hondurenhas, retomamos a importância do internacionalismo, que significa que nos colocamos ativamente junto aos povos oprimidos pelo imperialismo e junto às mulheres e aos trabalhadores de todo o mundo.
Lembrando que 2010 é um ano eleitoral e que há duas candidatas mulheres à presidência, discutimos a importância de que as mulheres estejam organizadas independente dos governos e da burguesia e que não nos iludamos com imagens de mulheres no poder como Hillary Clintou ou mesmo Dilma Roussef que não expressam em nada a defesa da emancipação das mulheres.

Terminamos nossa discussão lembrando os exemplos que a história nos dá de grandes combates em que as mulheres estiveram na linha de frente. Sabendo que a crise capitalista segue se desenvolvendo e como vemos hoje na Grécia, os governos vão desferir seus ataques sobre as nossas cabeças, precisamos nos preparar, nos organizar para não deixar passar os planos dos patrões e dos governos, que para as mulheres só podem significar mais exploração e opressão.
Avante, mulheres!
***
Balanço do CEEUF
Por Iaci Maria, estudante de Ciências Sociais
da Unesp Araraquara e militante do Pão e Rosas
No último fim de semana (12 e 13 de junho) aconteceu em Marília um Conselho de Entidades Estudantis da UNESP e Fatec. Esse CEEUF começou com um Encontro Estadual que contou com a presença de estudantes da USP, UNESP, UNICAMP e Fundação Santo André, e trabalhadores em greve das três estaduais paulistas.

Depois de muito tempo, esse foi o primeiro CEEUF que realmente discutiu política e objetivamente os problemas e realidades de cada campus ali presente, das Estaduais Paulistas como um todo, e de algumas particulares que temos conhecimento. Seja pelo contexto de ocupação local, ou pelo momento crítico em que chegamos com a greve dos funcionários e o corte de ponto na USP, esse Conselho foi o mais produtivo dentre os últimos, e serviu de exemplo para todas as lutas que estão ocorrendo e podem vir a ocorrer no estado.

Aconteceu também nesse mesmo evento uma reunião aberta do grupo de mulheres Pão e Rosas, que contou com militantes de quase todas as frentes junto a mulheres e homens interessadas/os em discutir a questão de gênero a partir de uma perspectiva classista. Foi feito uma retomada de algumas lutas e bandeiras que o grupo defende, e também algumas atuações nesse seu primeiro ano de existência no Brasil. A reunião terminou com a fala de um companheiro independente de Rio Claro, que disse que foi a atuação do Pão e Rosas no Congresso Nacional dos Estudantes (CNE) em 2009 que abriu sua visão para a realidade dos trabalhadores, e para a importância de uma efetiva aliança operário-estudantil.

Seja devido às circunstâncias ou devido a um real progresso na discussão política dos militantes do Movimento Estudantil de São Paulo, a verdade é que o que aconteceu nesse fim de semana foi um avanço político qualitativo. Espero que esse avanço tenha servido de injeção de ânimo para todos, de força para se manter na luta e não deixar que ela retroceda! Que continuemos todos a seguir o exemplo da luta dos trabalhadores da USP, estudantes e trabalhadores da UNESP de Marília, e do CEEUF que a mesma nos proporcionou!

AVANTE ESTUDANTES E TRABALHADORES!
CONTRA A REPRESSÃO A TODOS/AS QUE SE COLOCAREM EM LUTA!

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