A posição da instituição, além de absurda e opressora, demonstra exatamente como funcionam os interesses da burguesia e da propriedade privada no sistema capitalista, assim como as diversas formas de barbaridade que este modo de produção proporciona às mulheres. O capitalismo, que fortalece e potencializa todas as formas existentes de machismo, à medida que impõe padrões de beleza às mulheres, de sermos diariamente submetidas a posições de objeto tendo nossos corpos constantemente vendidos como mais uma mercadoria qualquer, este mesmo sistema impõe que simplesmente por sermos mulheres devemos ser submissas e aceitar (sempre que possível caladas e sem causar muito incômodo) os mais variados tipos de violência. Chegando ao absurdo de que quando são vítimas dessas violências, são apontadas como culpadas!
A Uniban, além de impedir que a aluna estude, transformou a vítima do ocorrido em culpada, explicitando que assim como qualquer outra empresa, seu único interesse se configura na “boa imagem” de seu nome, em detrimento de qualquer um dos seus alunos que por sua vez a mantêm, reproduzindo uma lógica patriarcal, conservadora e machista, que leva milhares de mulheres a serem vítimas de estupros, espancamentos, e até assassinatos (crimes passionais). Com justificativas de que Geisy mantinha uma “postura incompatível com o ambiente, ensejando de forma explícita os apelos dos alunos” e de que a aluna “sempre gostou de provocar os meninos”, a instituição simplesmente responsabiliza Geisy por ser violentada e ameaçada de ter seu corpo estuprado por uma multidão de pessoas que a humilhavam.
Desta forma, a Uniban e sua comissão sindicante, expressam a conivência e cumplicidade a práticas de violência contra a mulher, enquanto em muitos outros lugares esse tema se constitui como objeto de estudos e pesquisas acadêmicas exatamente por ser uma questão tão presente na realidade e que devemos enfrentar e combater. Devemos lutar para que a universidade esteja a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, para que possamos, estudantes junto aos trabalhadores/as, transformar a realidade, o que ficou claramente expresso não ser possível numa universidade que somente visa o lucro e a reprodução do conhecimento a serviço dos empresários e patrões.
Justamente quando nos aproximamos do dia 25 de novembro, Dia Internacional de luta contra a violência à mulher, nos deparamos com um fato lastimável como este.
Que os estudantes de todas as universidades, públicas e privadas, os CA’s, DCEs, assim como a ANEL, somem suas forças para expressar nosso repúdio à mais um ato de violência contra Geisy, contra as mulheres, que partamos desse fato, para questionar essa universidade que produz todo conhecimento aos capitalistas enquanto reproduz e legitima esse sistema patriarcal, machista, que não só nos oprime, como nos explora. Tudo isso porque queremos uma universidade a serviço dos trabalhadores e do povo, lutando contra todas as formas de opressão às mulheres.
O Pão e Rosas estará no ato amanhã 09/11 as 18h na porta da UNIBAN em São Bernardo do Campo e gritaremos por:
Reincorporação imediata de Geisy Arruda!
Punição e destituição da direção da UNIBAN responsável pela expulsão!
Contra o monopólio das universidades privadas, pelo fim dos vestibular e pela estatização das universidades privadas!
Expulsão dos que ameaçaram Geisy de estupro!
Colocar de pé uma comissão de mulheres estudantes, trabalhadoras efetivas e terceirizadas e professoras para investigar e punir efetivamente os verdadeiros culpados!
Construir um amplo e impactante 25 de novembro, dia contra a violência às mulheres, com toda a juventude da UNIBAN, rompendo essa divisão que querem nos impor!
Reincorporação imediata de Geisy Arruda!
Punição e destituição da direção da UNIBAN responsável pela expulsão!
Contra o monopólio das universidades privadas, pelo fim dos vestibular e pela estatização das universidades privadas!
Expulsão dos que ameaçaram Geisy de estupro!
Colocar de pé uma comissão de mulheres estudantes, trabalhadoras efetivas e terceirizadas e professoras para investigar e punir efetivamente os verdadeiros culpados!
Construir um amplo e impactante 25 de novembro, dia contra a violência às mulheres, com toda a juventude da UNIBAN, rompendo essa divisão que querem nos impor!
belo texto...
ResponderExcluirEntão o coletivo Pão e Rosas foi participar do ato convocado pela UNE?
ResponderExcluirBacana, gostei de ver a política ampla de vocês! Pena que a ANEL não escutou o chamado e faltou ao ato!
Sim, e com nossas próprias bandeiras, como sempre fazemos. E obviamente, sem nenhuma ilusão de que a UNE levará adiante uma luta séria contra esse ocorrido, que está intrinsicamente ligado com a podridão do sistema de ensino de nosso país, financiado pelo governo de vocês. E é uma pena mesmo que tenham ido tão poucos companheiros da ANEL.
ResponderExcluirDiana Assunção