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terça-feira, 12 de maio de 2009

Pão e Rosas PUC-SP em defesa das trabalhadoras terceirizadas que denunciaram suas condições de trabalho

Essa semana foi publicado no jornal PUCViva uma denúncia de trabalhadoras terceirizadas da limpeza sobre suas condições de trabalho:

"Nós, da empresa terceirizada, estamos trabalhando em condições precárias. Nosso café da manhã é com pão mofado e café com sujeira dentro. Na hora do almoço as baratas passam na parede e na mesa que almoçamos. Recebemos nosso vale-transporte em datas diferentes e com valores diferentes tendo que pagar do próprio bolso para trabalhar. Nosso vale refeição e alimentação vem todo errado e muitas vezes nem recebemos. Ficamos doentes e trazemos atestado e mesmo assim é descontado do salário. Mesmo com atestado perdemos a cesta básica.Somos tratados que nem cachorro pela supervisora Eloisa e pela encarregada Jaqueline. Queremos respeito e dignidade para trabalhar.Trabalhamos o mês inteiro e queremos receber aquilo que temos direito.Não temos material decente para trabalhar. Falta vassouras, pano de chão, Veja e outros produtos. Queremos que mudem a encarregada e a supervisora, e esperamos que o Sr. Reitor resolva os nossos problemas, pois queremos ser respeitadas que é um direito de todo funcionário. Auxiliares de Limpeza da PUC-SP."

Publicamos abaixo panfleto escrito por Debora, estudante de ciências sociais da PUC-SP e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas, sobre a denúncia das trabalhadoras:

Escravidão Nunca Mais!

Na audiência pública que ocorreu no final do mês passado nosso “digníssimo” reitor sugeriu que a terceirização dentro da PUC pode ser interessante para o bom andamento da universidade. Aí nos perguntamos: é interessante para quem a terceirização? Com certeza não é para as trabalhadoras terceirizadas da limpeza que no último PUC Viva denunciaram as péssimas condições de trabalho às quais estão sujeitas, comendo, por exemplo, “pão mofado”; não recebendo vale-transporte na data certa e sendo descontadas e perdendo a cesta básica quando faltam por motivos de saúde, mesmo quando apresentam atestado.
Para o reitor e a Igreja (Fundação São Paulo) esse tipo de contratação nada mais é do que uma maneira de diminuir gastos, às custas da super-exploração e da retirada de suas responsabilidades perante esses trabalhadores terceirizados. Mas não é só isso, uma das principais características da terceirização é a divisão dos trabalhadores, que num mesmo local de trabalho, muitas vezes exercendo a mesma função, os trabalhadores por não fazerem parte da mesma empresa (parte dos trabalhadores da PUC são efetivos, parte de empresas terceirizadas) acabam não se enxergando como partes da mesma classe. A que leva a divisão dos trabalhadores? Por não se enxergar pertencentes a uma mesma classe a unidade desses trabalhadores é cada vez mais difícil, o que fortalece os ataques dos patrões aos direitos dos trabalhadores.
Frente a essa situação, achamos que a luta pela efetivação dos trabalhadores terceirizados deve ser levada a diante pelos efetivos e pela AFAPUC, pois os efetivos da PUC serão os próximos a perderem seus empregos com o aumento desses tipos de contratos cada vez mais precários.
Diante dessa realidade, onde cada vez mais os trabalhadores são atacados, perdendo seus direitos e tendo condições de trabalhos desumanas, nós gritamos bem alto:
Vocês não estão sozinhas nessa luta!
· Pela efetivação imediata de todas as terceirizadas e todos os terceirizados da PUC!
· Pelo fim do trabalho precário!

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