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sábado, 14 de março de 2009
Pão e Rosas fala sobre a opressão da mulher e a terceirização do trabalho na UNESP de Rio Claro
No dia 03 de março, Fernanda Figueira, assistente social formada pela PUC-SP, militante da LER-QI e uma das fundadoras do grupo de mulheres Pão e Rosas no Brasil, juntamente com a companheira Patrícia, trabalhadora terceirizada e integrante do Pão e Rosas estiveram na UNESP de Rio Claro, durante a calourada, para discutir a opressão da mulher na sociedade capitalista e a precarização do trabalho. A mesa foi apresentada pela companheira Babi, estudante de Biologia da UNESP, e integrante do Pão e Rosas. Fernanda começou dizendo que "Para muitos debater a situação da mulher atualmente já não faz mais sentido. Existe quem acredite que as mulheres alcançaram pé de igualdade com os homens, pois hoje, vemos mulheres presidentes, primeiras-ministras, membros de gabinete de governo, muitas mulheres tem altos cargos em grandes empresas, e conseguiram se livrar do trabalho doméstico através do desenvolvimento dos eletrodomésticos, porém, existem alguns dados sobre a situação atual das mulheres que ficam escondidos, como por exemplo, em todo o mundo, meio milhão de mulheres morre a cada ano por complicações durante a gravidez e na hora do parto, 500 mulheres morrem a cada dia por abortos clandestinos. Dos 960 milhões de analfabetos que existem no mundo, 70% são mulheres. Atualmente, existem 82 milhões de mulheres desempregadas em todo o planeta" e seguiu dizendo "Além disso, o trabalho doméstico que recai quase que absolutamente sobre as costas das mulheres, não é remunerado apesar de representar 60% do consumo privado. Por outro lado, as mulheres que trabalham o fazem em situação cada vez mais precarizada: não somente recebem um salário entre 30 e 40% menor que o dos homens pelo mesmo trabalho, assim como em sua maioria, não tem assistência médica e direito de aposentadoria. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é espancada. Por ano, 100 mulheres morrem no país vítimas de violência dentro de suas casas. As trabalhadoras imigrantes são escravizadas; centenas de mulheres são sequestradas pelas redes de prostituição...". Patrícia também contou sobre a realidade das mulheres terceirizadas, que têm os piores salários e os piores empregos, e que num momento de crise serão as primeiras atingidas.
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