No Rio de Janeiro, foram realizadas duas atividades no centro da cidade no dia 9 de março em referência do dia Internacional das Mulheres. Uma ocorreu à tarde no largo da Carioca com o tema “Pela vida das mulheres; legalizar o aborto já!”, convocada pela Marcha Mundial de Mulheres (MMM) e outro grupos feministas e organizações políticas como a Camtra (Casa da Mulheres Trabalhadora), Insurgência (PSOL) e independentes. A outra ocorreu na Central do Brasil com uma panfletagem dos grupos de esquerda como PSTU e LSR (PSOL).
O 8 de março no Rio de Janeiro, este ano esteve dividido, pois as feministas da MMM, que apoiam o governo, recusaram que o eixo do ato unificado denunciasse os ajustes do governo Dilma e a retirada de direitos da classe trabalhadora.
O grupo de mulheres Pão e Rosas esteve presente nas duas atividades. Rita Frau, professora e dirigente do Pão e Rosas disse:
“Neste 8 de março saímos às ruas contra os ajustes do governo Dilma que atacam as mulheres trabalhadoras e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Achamos fundamental a frente única para impulsionar uma campanha pelo direito ao aborto legal e por isso estivemos no ato convocado pela feministas da MMM, mas discordamos delas que os únicos responsáveis em nos negar este direito elementar, são os setores reacionárioscomo Eduardo Cunha, presidente da Câmara de Deputados que disse que “o aborto seria pautado pela Câmara apenas por cima do cadáver dele”. Também responsabilizamos o governo Dilma por milhares de mulheres morrerem todos os ano por abortos clandestinos, pois seu governo se dá através da aliança com estes setores reacionários rifando nossos direitos”
Rita também comentou a importância de impulsionar uma campanha pela legalização do aborto para além do dia internacional das mulheres: “Nós do Pão e Rosas acreditamos que para uma verdadeira campanha da legalização do aborto é fundamental que as organizações feministas, de direitos humanos, organização políticas, sindicatos e entidades estudantis, abram esta discussão nas bases das categorias de trabalhadores e do movimento estudantil, para organizarmos uma campanha a partir dos locais de trabalho e estudos. Pois apenas com nossa organização e saindo às ruas conseguiremos arrancar este direito. E se a MMM e governistas defendem a legalização do aborto devem exigir que os deputados e deputadas do PT apresentem projetos de lei em defesa do direito ao aborto para fortalecer a luta das mulheres e romperem a submissão ao governo Dilma que já provou que não avançará em nada sobre este direito ”
O Pão e Rosas do Rio de Janeiro também esteve presente na porta de uma fábrica majoritariamente feminina para distribuiro folheto especial do dia internacional das mulheres.
“Fomos levar nossas ideias às trabalhadoras que sofrem cotidianamente com a exploração do trabalho, assédio moral, e muitas vezes assédio sexual nos locais de trabalho. E também porque serão elas as que sofrerão as consequências dos ajustes do governo, assim como sofrem cotidianamente com o aumento do preço dos alimentos, dos transportes, e como em São Paulo, muitas vivem em bairros que a falta de água tem se tornado algo presente todos os dias. A única saída para enfrentar esta realidade é nossa organização nos locais de trabalho e seguirmos o exemplo que deram as professoras do Paraná, que saíram em greve e tomaram as ruas do estado do Paraná para lutar contra o pacotaço do governo Beto Richa (PSDB)”, comentou Rita Frau.
Veja o vídeo da Fala de Rita Frau
Original: Palavra operaria
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