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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais um ataque em Araraquara

Nós, estudantes da UNESP Araraquara, mais uma vez somos vítimas do autoritarismo da direção do campus. No último dia 17 o Restaurante Universitário amanheceu com o seguinte aviso: "Foram suspensas a partir de 17/08/09 as bolsas alimentação autorizadas pela direção. Os bolsistas que sentirem necessidade poderão solicitar o benefício via NAE". O processo seletivo para todas as bolsas de permanência estudantil é aberto logo que inicia o ano letivo e, teoricamente, deve ser concluído até – no máximo – o mês de abril. A cada ano que passa, entretanto, ele é mais lento. Nesse ano o processo da bolsa alimentação – que pra muitos estudantes é a única forma de assegurar suas refeições diárias – não havia sido concluído até a volta das férias do meio do ano. Esse é só mais um exemplo do descaso da direção com os alunos que necessitam da permanência estudantil.

O que é permanência estudantil? A permanência estudantil é a garantia que os filhos da classe trabalhadora e do povo pobre têm de manutenção de suas necessidades básicas durante a graduação. Todos os que entram na universidade pública passaram por um filtro social chamado vestibular, filtro esse que é a maneira de manter a classe menos abastada fora do espaço universitário. Ainda assim, mesmo depois de se submeterem a tal seleção, continuam a serem privados dos seus direitos mais mínimos, numa rotina de constantes privações.

Alguns dos ataques arbitrários de uma diretoria autoritária contra os estudantes:
2006 – votado em Congregação o fim da Moradia Estudantil;
2007 – votado em Congregação a invasão da tropa de choque no campus para prisão dos estudantes em ocupação e greve;
2008 – corte de metade do número de auxílios alimentação e suspensão de três estudantes por perseguição política;
2009 - Janeiro – descaso com os estudantes da Moradia no período de reforma dos blocos (que inclusive continua), onde os mesmos tiveram que se acomodar sendo cerca de 100 estudantes em duas casas, nas quais caberiam não mais que 64; Março – tentativa de expulsão e depois de suspensão de estudantes que perderam o prazo da rematrícula; Agosto – suspensão das bolsas alimentação.

Uma universidade de qualidade – e que dá aos estudantes o direito à permanência plena para que possam estudar – só será alcançada com a mobilização estudantil.Por isso nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, nos colocamos na luta. E convidamos todos os estudantes a se unirem e reivindicarem uma universidade verdadeiramente democrática, pública e aberta aos trabalhadores e seus filhos!

Ane, Aline, Elenir e Laís, estudantes da UNESP Araraquara e militantes do Pão e Rosas

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