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terça-feira, 29 de outubro de 2013

As mulheres sorridentes e invisíveis



Camila Moraes, estudante de Geografia na USP
 
Na greve de trabalhador@s terceirizad@s em 2011 na USP - em que elas e os estudantes espalharam lixo pelos prédios da Faculdade de Humanas, se manifestando pelos pagamentos de seus salários e direitos - lembro-me de pelo menos uma delas dizendo algo como: 'pela primeira vez havia se sentido visível naquela universidade', pois diariamente, por cerca de 9h por dia, limpam o chão, banheiros, salas e não são notadas por ninguém: estudantes, funcionários, professores... No momento em que passaram a ser sujeitas políticas, em que estavam não limpando, mas sim lutando com centenas de companheiras e estudantes, foram notadas. Sabemos que elas tem toda razão quando dizem isso, as pessoas que frequentam os prédios não sabem seus nomes, não lhes cumprimentam e as veem todos os dias, limpando... 

Em 2005 teve uma greve da empresa Guima na USP, que deu no livro 'A Precarização tem rosto de mulher', os relatos de Silvana, que foi linha de frente dessa greve e hoje é uma valiosa companheira do Pão e Rosas, mostra profundamente essa invisibilidade das trabalhadoras da limpeza, além da orientação dos patrões de não falar com  com as pessoas, sobretudo os estudantes, com a ameaça de serem transferidas.

Estou tendo a experiencia de trabalhar ao lado de algumas trabalhadoras terceirizadas (em cerca de 15, apenas 3 são homens, sendo 2 homossexuais) e vejo como se dá essa relação de inferioridade de forma profunda: entre os efetivos e terceirizados. A jornada de trabalho é intensa, sobretudo para as terceirizadas, que tem uma estação de metro gigante para limpar entre poucas. Toda manhã, bem cedo, tanto elas, como os metroviários, estão tomando café na copa. Há uma divisão nas mesas: de um lado sentam as terceirizadas, do outro os metroviários. Quase ninguém as cumprimenta, nem com um bom dia, quanto mais com um beijo no rosto. Quando fui sentar na mesa com elas, elas ficaram impressionadas, falando como eu era humilde, pois todos ali tinham nariz em pé e nem falavam com elas. Outro dia eu tirei apenas as coisas que estavam em cima da mesa, pois uma jovem terceirizada estava limpando e ela me falou: 'Você é a primeira que me ajuda, acredita?'

Pequenos gestos mostram como elas sentem na pele, todos os dias, o preconceito por serem mulheres, negras, morarem na periferia e trabalharem na limpeza. Pequenos gestos demonstram como a divisão entre os trabalhadores efetivos e terceirizados é brutal e só enfraquece a luta da classe. Os salários e direitos são muito menores (o salario delas deve ser menor que o vale-refeição dos metroviários), a jornada de trabalho é muito  mais intensa, o trabalho é sub-valorizado. 

Historicamente o trabalho de reproduzir a vida nos lares é tido como um trabalho não remunerado e feminino. A mulher Lava, cozinha e limpa para que sua família esteja em condição de no dia seguinte, ter sua rotina, produzir para o patrão ter a riqueza, recebendo em troca um salario que não dá pra nada. E é assim todos os dias, trabalha o dia inteiro na rua (muitas vezes limpando) e chega em casa e ainda trabalha mais, é a dupla jornada de trabalho que tira o descanso de milhões de mulheres todos os dias.

 O serviço de limpeza foi introduzido no mercado de trabalho primeiro com as empregadas domésticas (não preciso dizer que todas são mulheres, muitas negras) ganhando salários miseráveis, sem direitos, lembrando bastante a escravidão... Em larga escala, a limpeza foi introduzida nas Instituições Públicas e empresas com a terceirização do trabalho, fazendo uma divisão brutal na classe trabalhadora.

Esses 'pequenos gestos' de minhas colegas de trabalho demonstram a importância da defesa dos trabalhadores precários pelos efetivos. Não haverá efetivação dos terceirizados sem uma intransigente defesa desta pauta pelos efetivos. Sindicatos como o SINTUSP (Trabalhadores da USP) são um exemplo de como se deve colocar essa defesa tanto em debate entre a base da categoria, tanto na luta quando estes se levantam pelos seus direitos. Um dos diretores sindicais, Claudionor Brandão foi demitido por defender os terceirizados em 2008, a atual diretoria quase toda (se não toda) tem processos administrativos pela mesma causa. 

Essa punição exemplar para os diretores do SINTUSP demonstra como a unidade entre efetivos e terceirizados é uma afronta aos planos dos governos e patrões, que seguem aprofundando a precarização do trabalho, rebaixando os salários utilizando o grande contingente de desempregados e  setores oprimidos que não se veem com outra alternativa que não aceitar os piores postos de trabalho (negros, mulheres, homossexuais, imigrantes...).

Enfim, defender incondicionalmente os trabalhadores mais precarizados, os que hoje mais sofrem com os ataques aos nossos direitos em tempos de crise econômica mundial, é defender os setores mais oprimidos da sociedade, é pensar estrategicamente o acirramento da luta de classes no Brasil. Sabemos que apenas com a força dos próprios trabalhadores arrancaremos nossos direitos, que nada dos que nos é 'concedido' é por bondade dos patrões e governo. Nos dividir entre mulheres e homens, homossexuais e héteros, efetivos e terceirizados, negros e brancos é parte do ataque a nossa organização enquanto classe para não avançarmos na unidade das fileiras operárias.

Dedico estas poucas palavras à estas mulheres, negras, trabalhadoras e lutadoras, que mesmo com todo o sofrimento que o machismo, o racismo e o capitalismo impõem diariamente, são as mais sorridentes entre meus colegas de trabalho. Dedico a Ana, que um dia me viu colando um boletim do Pão e Rosas no mural e perguntou sobre as reuniões do grupo de mulheres - muito interessada - mas falou que depois de trabalhar no metrô, ainda trabalha limpando uma casa todo dia, e ai não tem tempo para participar (pois certamente, ao chegar em casa, tem a tripla jornada de trabalho). 

A importância do debate internacional no I Encontro Nacional do MML!

 

Simone Ishibashi, dirigente da Liga Estratégica Revolucionária - Quarta Internacional (LER-QI) e militante do grupo de Mulheres Pão e Rosas no I Encontro Nacional do Movimento Mulheres em Luta.

- Pela queda revolucionária do Ditador Al-Assad, das monarquias e ditadura árabes, com independencia de classe! Contra toda e qualquer ingerencia Imperialista!

Para conheçar mais sobre o debate, leia em:

Primavera Árabe: 

http://www.ft-ci.org/A-un-ano-y-medio-de-la-primavera-arabe?lang=es 

Siria:

http://www.ler-qi.org/Siria-como-revelador-da-crise-hegemonica-norteamericana

http://www.ler-qi.org/Abaixo-a-intervencao-imperialista-na-Siria

http://www.ler-qi.org/A-crise-Siria-e-a-necessidade-de-uma-politica-revolucionaria

Egito:
 
http://www.ler-qi.org/O-exercito-e-seus-apoiadores-contra-o-processo-revolucionario

http://www.ler-qi.org/Vergonhosa-capitulacao-da-LIT-CI-no-Egito


 

Saudação do Pão e Rosas Brasil em comemoração aos 10 anos do Pan y Rosas na Argentina!



2003 - 2013: Dez anos de Pan y Rosas

Durante estes 10 anos, cruzamos com você, com sua amiga, sua cunhada, sua mãe, sua companheira de trabalho e sua noiva. Talvez tenham te falado do Pan y Rosas, te contaram quando nos conheceram em um Encontro Nacional de Mulheres. Talvez tenha vindo para uma conversa, nos visto em uma assembleia, em um corte de rua, nos conhecido na faculdade ou no trabalho. Ou tem uma amiga que te deu nosso jornal ou te entregou um panfleto de um ato, ou te deram na saída da escola, ou viu que sua companheira de trabalho tem um boton do Pan y Rosas na mochila, um adesivo no caderno. Alguém te deu ou te emprestou nossos livros, ou te fez uma cópia... Certeza que nestes 10 anos ao menos uma vez nos cruzamos e compartilhamos algo!

Tivemos uma ideia que se transformou em organização, que superou todas as nossas expectativas, que nos surpreendeu cada vez que uma trabalhadora, uma secundarista, uma estudante qualquer usa nosso logo, nossa cor, nossas canções para torná-las suas.
Construímos uma agrupação que transcendeu as fronteiras, primeiro as das cidades onde pusemos de pé o Pan y Rosas pela primeira vez, Buenos Aires, Rosario e La Plata. Depois transcendeu as fronteiras de nosso país, se mudou para o Chile, viajou para o México, foi morar no Brasil e a alguns anos decidiu que também estava no Estado Espanhol.
 
Nós marchamos, lutamos, cortamos ruas, fazemos piquetes de greve e damos apoio, organizamos comissões de mulheres, apoiamos as que já existem, fazemos fundos de greve, tomamos faculdades, ocupamos escolas, paramos contra o assédio sexual nas fábricas, em qualquer lugar de trabalho, apoiamos as lutas, as greve em lugares onde as mulheres são maioria, onde são minoria e onde não estão.
 
Escrevemos panfletos, jornais, folhetos, livros. Fazemos vídeos e peças de teatro. Tiramos fotos, documentamos as lutas de hoje e recordamos as de ontem. Debatemos ideias, refletimos, discutimos, queremos desmistificar os mitos, os preconceitos, contamos histórias de mulheres em todos os lugares onde uma mulher queira escutar, aprendemos com o passado, pensamos como deveria ser o futuro. Lutamos pelo direito ao aborto livre, seguro e gratuito. Contra a violência às mulheres. Pelos direitos das mulheres trabalhadoras. Pelo desmantelamento das redes de tráfico. Não pedimos nada a ninguém, não queremos que nos deem nada, exigimos o que nos pertence por direito.
Não confiamos em nenhum governo, nem na Igreja, nem nos patrões, seus partidos e seu Estado.
Somos trabalhadoras, estudantes, jovens, velhas, meninas, não tão jovens, donas de casa, professoras, desempregadas, homossexuais, heterossexuais, bissexuais, mães, filhas, esposas, irmãs, noivas. somos você, nós, elas.
 
Somos Pan y Rosas.

RUMO AO ENCONTRO DE TRABALHADOR@S, ESTUDANTES, MULHERES, LGBTTI E NEGR@S!


PROGRAMAÇÃO DO ENCONTRO - 02/NOV:

Saudações especiais de Jorge Luiz Souto Maior, juiz do trabalho e professor da Faculdade de Direito da USP; Luiz Renato Martins, professor da Escola de Comunicação e Artes da USP, Heloísa Greco, do Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania (IHG/MG), Coletivo Maria Lacerda entre outros a confirmar.

Delegações internacionais com Zonyko, rapper e militante revolucionário chileno; Ruben Matu, membro da Comissão Interna da fábrica Lear Corporation na Argentina e Oscar Coria, operário despedido da fábrica Kraft na Argentina e candidato da Frente de Esquerda e dos Trabalhadores pelo Partido dos Trabalhadores Socialistas.

Mesa de abertura com Claudionor Brandão, diretor demitido político do Sintusp; Rita Frau, professora e da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta; Pablito Santos, diretor do Sintusp e trabalhador dos Restaurantes da USP; Marcela Darido, da Juventude Às Ruas; Silvana Ramos, do Pão e Rosas; Francisco Libânio, membro do Centro Acadêmico de Filosofia da UFMG; Isabelle Moraes, petroleira do Rio de Janeiro; Gilson Dantas, preso político durante a ditadura e militante da LER-QI; e Diana Assunção, dirigente nacional da LER-QI.

Intervenções das delegações de trabalhadores da USP, Juventude Às Ruas de vários estados e universidades, secundaristas, movimento LGBTT, Grupo de Mulheres Pão e Rosas, operários da indústria alimentícia e metalúrgica de vários estados, bancários, metroviários, professores, movimento negro; e dos estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Amapá, Paraíba, entre outros.

Festa com a presença de Zonyko, rapper chileno; Roda de Samba de Raiz; AVANTE!, DJ Cecília Lara; além de exibição de vídeos e exposições de fotos! 


 
RUMO AO ENCONTRO FALAM AS TRABALHADORES E ESTUDANTES DO PÃO E ROSAS:










 "Queremos que as mulheres estejam na linha de frente deste Encontro colocando com tudo nossas campanhas contra a violência às mulheres e pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito" Silvana Ramos, liderança da lutas das trabalhadoras terceirizadas e do Pão e Rosas.







"Vamos tirar as lições também da combativa greve dos professores do Rio de Janeiro contra a precarização da educação e lutar para que todo político, juiz ou funcionário público de alto escalão ganhe o mesmo salário que nós!" Rita Frau, professora da rede pública de Campinas/SP e membro da Executiva Nacional do Movimento Mulheres em Luta










 


"Nas greves e nas lutas defendemos uma perspectiva de unificação denunciando a entrega das nossas riquezas naturais às multinacionais e a precarização do trabalho contra a PL 4330" Isabelle Moraes, petroleira do Rio de Janeiro 










 "Nós travestis e transexuais que continuamos no submundo, sem acesso a saúde, moradia, transporte, trabalho e educação, nos preparemos para a revolução. Nesse dia 02, Grande Encontro para retomar Junho e organizar Stone Wall"  Virgínia Guitzel, trabalhadora da saúde mental de São Bernardo do Campo, travesti, militante do grupo de mulheres Pão e Rosas





 
"Ir aos Encontros com o Pão e Rosas é como um carregador de ânimo para minha vida, porque lá me deparo com mulheres cheia de vontade de lutar, e isso serve como estimulo à lutar contra todo esse sistema capitalista que oprime e separa as pessoas por cor, dinheiro, sexo, opção sexual, cultura e etc. Onde esse sistema se instala traz miséria e desumanização, que está sendo retratado na aldeia Guarani Kaiowá, que teve suas terras tomadas pela indústria para a produção de Etanol que o governo Lula assinou com os EUA. Esse exemplo é pra vermos a dimensão que o capitalismo chega, e as situações precárias são as mesmas em empresas terceirizadas, fábricas, que escraviza, humilha e divide em busca de só aumentar o capital do país em cima desses trabalhadores e trabalhadoras. Por isso convidamos à todos a participarem dessa luta contra o capitalismo!" Liliane Cerqueira, secundarista da Zona Oeste e militante do Grupo de Mulheres Pão e Rosas!
 

Nota de Repúdio as tropas brasileiras no Haiti





 Pão e Rosas Campinas


            Nos últimos dias, vários bairros da periferia de Campinas foram usados como campo de treinamento para 300 soldados da cidade1 que embarcam em dezembro para se juntarem a Minustah no Haiti, para comporem a operação brasileira para as eleições parlamentares no país no próximo ano.  A última cidade a abolir a escravidão no país, é também a mesma que mais envia para dar continuidade a brutal militarização do Haiti, condição capaz de garantir os interesses do imperialismo norte americano.  Desde 2004 quando se deu a queda do então presidente Jean Bertrand-Aristide o povo haitiano segue sob a ocupação das forças repressivas desta “missão de paz”. Ao longo deste período foram recorrentes as denúncias de abusos e violências contra o povo haitiano protagonizadas pelas forças da Minustah, chefiada pelo Brasil e também composta por outros países. Denunciamos veementemente todos os abusos e violências sofridos pelo haitiano, em especial as meninas e mulheres.
          É a repressão que as tropas brasileiras de excelência do exercito de Campinas, na gestão de Jonas Donizetti (PSB) e no governo Dilma (PT) estão se preparando, inclusive com uso de tanques de guerra, como utilizado no Rio de Janeiro para a militarização e invasão militar das favelas, para colocarem em prática mais um ano de ocupação brasileira no solo haitiano, aprovada recentemente, por unanimidade em sessão da ONU.  Repressão também que a polícia se utiliza nas ruas de Campinas contra os movimentos sociais, nos atos contra os black blocks, nas ordens de despejo no Campo Belo, Vila Aurocan, no Jardim Itatinga2, em Sumaré e Hortolândia e nos bairros e ocupações da região, o exército cumprirá no Haiti.
         Há tempos os haitianos estão sendo castigados com a fome, a miséria, a doença e a total ausência de assistência médica e social em que o país está mergulhado, além da violência e a opressão desferida pelas tropas da Minustah que estão ocupando o país desde 2005. As tropas de Dilma no Haiti estão muito longe de garantir a “democracia” no país e de reconstruírem a infra-estrutura destruída pelos terremotos e pela crise social e política que o Haiti passa há décadas, as tropas brasileiras e de outros países da ONU que conformam a Minustah.
       O Haiti é aqui! O que a mídia reacionária assim como Lula, Dilma e Cabral chamam de “experiência em combates nas favelas haitianas” quando se referem aos soldados presentes no Rio significa na verdade que os mesmos tiveram como escola de extermínio, os quase 8 longos anos de sangrenta atuação da MINUSTAH no Haiti, primeiro país da América Latina a declarar independência, após a Revolução Negra, em 1804, um exemplo de luta para todos os povos oprimidos continente. No fim de 2009, com o grande terremoto que o país sofreu matando mais de 200.000 pessoas e deixando mais milhares de famílias desabrigadas, muitas desabrigadas até os dias atuais, a miséria que já era gritante se intensificou terrivelmente.

Não à repressão ao povo haitiano!

Pela retirada imediata das tropas de ocupação do imperialismo norte-americano e da Minustah!

Somos tod@s haitian@s!

Vamos juntas gritar: "Pra ter o destino nas mãos a resistência não se esgota, sou negra haitiana pela saída das tropas!"


[1] -Entre os treinamentos estão patrulhamento de áreas, entradas táticas, abordagens, progressão em área urbana, escolta de comboios, pista de tiro e até mesmo segurança em eleições (fonte: Correio Popular)

2 -  Segundo a  colombiana Rosário de Carmen, de 32 anos  um policial  quebrou  seus braços com um cassetete, além de lhe agredir, deixando vários hematomas pelo corpo (fonte: Correio popular)


domingo, 27 de outubro de 2013

NOTA DE REPÚDIO DO PÃO E ROSAS ÀS SINDICÂNCIAS NA UNESP!

Desde o mês de Abril, vários campi da UNESP entraram em uma forte mobilização por políticas efetivas de permanência estudantil, contra a estrutura de poder autoritária e elitista da Universidade e contra o PIMESP (Programa de Inclusão por Mérito no Ensino Médio). Alguns campi como Ourinhos, Marília e Assis chegaram a permanecer em greve por mais de 100 dias, com ocupações de prédio de aulas e diretorias e até cortes de rodovia! Nesse período também foi deflagrada uma forte greve das/os trabalhadoras/es onde em alguns campi os docentes também aderiram ao movimento.

No dia 27 de junho, centenas de estudantes ocuparam a reitoria da UNESP, em São Paulo. A partir desta, foi iniciada uma negociação entre as/os estudantes e a Reitoria, desocupamos então, o prédio no mesmo dia. Porém, o movimento estudantil entendeu que as pautas não tinham avançado tanto assim, e haviam margens para que a REItoria manipulasse os encaminhamentos , resolvemos então, novamente lançar mão do método radicalizado de luta com uma nova ocupação do prédio da reitoria nos dias 16 e 17 de julho. Demonstrando seu extremo autoritarismo e intransigência, a REItoria fez o pedido de reintegração de posse e no dia 17 a tropa de choque invadiu o prédio ocupado e prendeu 113 estudantes, levando-os para o 2º DP no Bom Retiro. As/os estudantes mantiveram-se em ato, gritando palavras de ordem por todo o trajeto e também na delegacia.

Nessa semana do dia 15 de Outubro, em meio às fortes lutas do movimento estudantil da USP E UNICAMP, que questionam e combatem diretamente a estrutura de poder autoritária e antidemocrática da Universidade, a REItora da UNESP começa a abrir processos de sindicâncias contra estudantes, alguns que atualmente compõe o nosso DCE provisório, enquadrando-os no regimento disciplinar que foi escrito na Ditadura militar!

Nós do Pão e Rosas entendemos que a criminalização do movimento da Unesp além de ir na contramão da presente conjuntura em que a ocupação da reitoria da USP foi reconhecida como legítima pela justiça de São Paulo, é mais um reflexo da democracia ditatorial que impera na Unesp. Nossa luta por permanecia estudantil também é legítima! E não podemos ser reprimidos por lutar pela Educação Pública gratuita e de qualidade!

Dessa forma, nós do grupo de mulheres Pão e Rosas, repudiamos qualquer tipo de ataque e repressão à USP, UNESP E UNICAMP, bem como apoiamos e defendemos os seus métodos de luta contra uma universidade autoritária e extremamente antidemocrática. É necessário construir uma luta unificada entre as universidades públicas para combatermos e barrarmos a repressão àquelas/es que lutam por uma Universidade Democrática.

ENTENDEMOS QUE A NOSSA LUTA É UMA SÓ! TODO APOIO AS/AOS CAMARADAS DA USP E UNICAMP! NENHUMA REPRESSÃO ÀQUELA/ES QUE LUTAM POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE À SERVIÇO DA CLASSE TRABALHADORA!



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

PÃO E ROSAS CONVIDA: GRANDE ENCONTRO PARA DEBATER AS LIÇÕES DE JUNHO!


A reorganização das mulheres e a luta por nossos direitos contra esta sociedade de opressão e exploração

 
I Encontro do Movimento Mulheres em Luta reúne 2.3000 mulheres

 Em junho muitas jovens e trabalhadoras estiveram presentes nas manifestações. Centenas de milhares foram as ruas gritar contra a precarização da vida fruto da péssima qualidade dos serviços básicos em nosso país, que atingem diretamente as mulheres. A aliança do governo Dilma com as bancadas evangélicas e com o Vaticano são diretamente responsável pelas 200.000 mulheres mortas todos os anos por abortos clandestinos, pela possibilidade de se aprovar projetos como ”Cura Gay” e “Bolsa Estupro” que  cada vez mais tentam impor que não decidamos sobre nossos corpos e nossa sexualidade. As ruas lotadas em Junho estavam repletas de cartazes e faixas denunciando a lamentável situação da saúde pública, educação, moradia e as péssimas condições de trabalho, que para as mulheres, em sua maioria negras tem o nome de “precarização” através da terceirização, do trabalho temporário, sem direitos iguais .

            O I Encontro  Nacional do Movimento Mulheres em Luta (MML) que reuniu 2300 mulheres do Brasil inteiro, no início de outubro em MG, e nós do Pão e Rosas participamos em 100 mulheres, foi um passo decisivo para a reorganização do movimento de mulheres classista, com independência dos governos, patrões e das direções dos sindicatos e das entidades estudantis vendidas e traidoras. Essas mesmas direções que em Julho, foram um obstáculo  para que os trabalhadores e trabalhadoras  demonstrassem seu poder ao entrarem nas mobilizações nacionais e se unificarem com a juventude.

Pão e Rosas no I Encontro Nacional do MML

Nós, mulheres trabalhadoras da USP, metroviárias, professoras, terceirizadas, trabalhadoras de creche, do comércio, operárias de fábrica, donas de casa, desempregadas e estudantes de diversas universidades e escolas, junto a trabalhadores de diversas categorias,  estudantes, e os que sofrem com a opressão todos os dias como as mulheres, negros e LGBTT´s, estamos construindo um Encontro  para discutir as lições de junho e das lutas que estão ocorrendo pelo país, e convidamos a todas que se juntem a nós, para darmos uma resposta à altura para avançarmos na luta por nossos direitos e contra essa sociedade capitalista que só nos reserva miséria, exploração e opressão!

Rita Frau, professora e dirigente do
Movimento Mulheres em Luta
Que nós decidamos pelo nosso corpo e nossa sexualidade!

Cada vez mais o Estado, as Igrejas e os governos querem decidir sobre os rumos de nossas vidas. Enquanto não garantem nosso direito a maternidade, negam a adoção aos homoafetivos e não garantem creches, lavanderias e restaurantes públicos para que as mulheres trabalhadoras possam criar seus filhos, seguem proibindo o aborto para as mulheres pobres e negras. Basta de 200 mil mulheres mortas por ano por abortos clandestinos! Basta de se intrometerem em nossas vidas! Sobre a construção de gênero, a maternidade e nossa sexualidade, nós é quem decidimos! Lutamos por um único sistema de saúde público, estatizado, sem indenização aos grandes capitalistas, sob controle dos trabalhadores e usuários.  Pelo  direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito!

Contra a terceirização, pela unificação de todos os trabalhadores! Barrar a PL 4330 (Lei Mabel)! Arquivamento já! Efetivação de todos os terceirizados e sem concurso público no caso do funcionalismo público!

Dinizete da Secretaria de Mulheres
do Sindicato da Universidade de São Paulo (USP)
Os empregos criados no governo do PT de Lula e Dilma, são em grande maioria precarizados. A terceirização se tornou um fenômeno no país, garantindo um salário de fome para milhares, e para as mulheres, negros e negras também recai a dupla ou tripla jornada de trabalho. Não possuímos os mesmos direitos dos trabalhadores efetivos. Defendemos a efetivação de todos os terceirizados sem a necessidade de prestarem concurso público para unificar as fileiras dos trabalhadores para lutarmos para que decidamos os rumos da sociedade! Trabalho, igual, salário igual e direitos iguais!

Basta de violência as mulheres, travestis e transexuais!

Dina Assunção, dirigente da LER-QI,
fundadora do grupo de mulheres
Pão e Rosas e diretora
do Sindicato da universidade de
São Paulo (SINTUSP) da USP
A lei Maria da Penha já demonstrou que as leis, por mais progressistas ou respeitadas que forem, não são capazes de modificar um elemento estrutural do sistema capitalista: a violência contra as mulheres, travestis e transexuais. Que os sindicatos e as entidades estudantis tomem em suas mãos nossas bandeiras como a luta contra a violência contra as mulheres e contribuam para que homens e mulheres lutem juntos contra a opressão as mulheres e a exploração que nos atinge juntos. A violência não é um problema individual somente nos organizando poderemos dar um basta à violência doméstica, psicológica e estatal que nos atinge!


Viva a aliança operária-estudatil! As mulheres na linha de frente contra o machismo e o sistema capitalista!

Com dezenas de mulheres trabalhadoras, estudantes, donas de casa, desempregadas, estudantes de escolas, universitárias queremos construir um forte movimento revolucionário que unifique a juventude com os trabalhadores para fazer dessa aliança um poder capaz de tirar da mão dos políticos corruptos e dos grandes capitalistas as decisões sobre a sociedade. Viva a aliança operário-estudantil! Viva a unidade entre jovens e trabalhadores para a construção de uma sociedade sem machismo, racismo e homofobia e exploração!

VENHA PARTICIPAR DO ENCONTRO DE TRABALHADOR@S, ESTUDANTES, MULHERES, NEGR@S E LGBTTI´S!



02/11 A PARTIR AS 15H
Após o Encontro haverá grande festa com bandas e arte!

Local: Casa de Portugal,
Av. da Liberdade, 602 – Metro Liberdade – Centro – São Paulo
Terá transporte saindo das cidades do interior de SP e outros estados.


Para maiores informações entre em contato no email paoerosasbr@gmail.com ou pelo telefone 011 987 511 146