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quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Pão e Rosas México: O feminismo precisa se reorganizar!

Quase uma centena de pessoas encheram o salão da “Casa de Ondas” na palestra intitulada O feminismo e a crise mundial. Perspectivas sobre as lutas das mulheres, com Andrea D’Atri, do grupo Pão e Rosas da Argentina. Ao finalizar a exposição, trabalhadoras do Sindicato Mexicano de Eletricistas (SME), da saúde, professoras e estudantes universitárias, junto com ativistas feministas lésbicas e de agrupações de esquerda, integrantes de “La Otra Campaña” e outros coletivos políticos e sociais debateram entusiasmadamente sobre as perspectivas levantadas para a luta das mulheres no nosso continente.
Sandra Romero, militante da Liga dos Trabalhadores Socialistas, que organizou o evento, fez um resgate sobre os acontecimentos mais importantes da luta de classes no México na última década, para assim assinalar o papel destacado que tiveram as mulheres trabalhadoras, camponesas, indígenas e estudantes, passando pela Comuna de Oaxaca até a recente luta do Sindicato Mexicano de Eletricistas. Em sua fala, Alejandra Totiz, integrante da agrupação universitária Contracorrente, destacou a necessidade de por em pé no México, uma agrupação de mulheres que defenda a luta pela emancipação desde uma perspectiva anticapitalista, socialista e revolucionária. Nesse sentido, chamou a construir o Pão e Rosas no México, para que junto com as agrupações já existentes na Argentina, Chile, Bolívia e Brasil, se converta em um poderoso movimento de mulheres na América Latina que retome as melhores tradições das feministas e dos setores populares. (...) Clique aqui para ler a fala completa de Andrea D'Atri.
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Comentário
A organização feminina no México virá a trazer uma luz mais abrangente do que na década de 70 já que hoje existe a possibilidade de uma organização internacional mais sólida. Por décadas as mulheres mexicanas são ignoradas na arte, na história e em qualquer representação coletiva e social, isso sem falar no sofrimento das mulheres da cidade de Juarez que são massacradas, escravizadas e mortas aos montes e tudo isso fica escondido debaixo de pedras. A organização mexicana é uma voz a mais no nosso canto! Mais um pilar levantado! Mais uma mostra de união das latinas. Em frente! Aline Dias

“Querem que desocupemos o Centro de Saúde e não sabemos para onde vamos nem como ficará a população”

Reproduzimos abaixo depoimento de Dinizete Xavier, funcionária do Centro de Saúde Escola Butantã e militante do Pão e Rosas, publicado no Jornal Palavra Operária da Liga Estratégia Revolucionária - Quarta Internacional

O Centro de Saúde Escola Butantã vem passando por um processo de sucateamento através da falta de manutenção do prédio, a ponto de chegar a cair o forro do teto, a falta de rampa ou elevador para portadores de necessidades especiais, entre outros. Através da não contratação e de reposição dos profissionais de saúde como médicos(as), trabalhadores(as) de enfermagem, assistentes sociais e outros. Enquanto isso a universidade de São Paulo através da ex Reitora Suely Vilela e do diretor da Faculdade de Medicina assinaram um contrato de gestão entregando para a Fundação Faculdade de Medicina toda a administração e gerenciamento das unidades básicas de saúde da região Oeste. Ou seja, o prefeito Kassab terceirizou esses equipamentos de saúde entregando para a Fundação.

O diretor do Centro de Saúde acha que se ficarmos fora do contrato de gestão estaremos no “limbo”, porém estar dentro deste contrato é ser terceirizado também. E para forçar mais a barra, o prefeito está retirando seus médicos do Centro de Saúde, são médicos e médicas que são funcionários da Prefeitura e prestam atendimento lá. E quando foram negociar com a Prefeitura para assinar convênio SUS para manter a parte que cabe à população e manter os médicos lá, foi proposto pelo secretário adjunto da saúde que municipalizasse o Centro de Saúde, pois municipalizando esse centro entra no contrato de gestão, ou seja, será terceirizado passando para as mãos das OSs (Fundação Faculdade de Medicina).
E ao mesmo tempo querem reformar o posto sem os trabalhadores lá, querem que desocupemos o prédio, então nem temos certeza se voltaremos, como ficaremos, onde ficaremos e como fica a população. O desmonte é tanto que até a pediatria já saiu de lá dando desculpas que era para reformar, porém nem houve ainda a licitação. O mais grave é que o atual diretor do Centro de Saúde Escola está defendendo a municipalização dizendo que é só por enquanto, e que até estar a Fundação administrando essa região e terminando o contrato nós todos voltaremos.

Só que isso não é verdade, pois municipalizar o Centro Escola é o mesmo que desvincular da USP e passar para o município e, mais grave ainda, terceirizar. Para o CSEB sobreviver, é preciso que a Reitoria da USP assuma a sua parte, contratando mais trabalhadores e contribuindo com a sustentação. E com a prefeitura seria preciso assinar um convênio pelo SUS para a manutenção dos médicos e de outros materiais para a população. Ainda assim, é necessário que todos os trabalhadores da USP em aliança com a população resistam a este ataque e defendam o Centro de Saúde Escola Butantã!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Somos as negras do Haiti! Contra as tropas de Lula estamos aqui!

No último sábado, 12 de dezembro, aconteceu na Casa Socialista Karl Marx em São Paulo o lançamento da campanha Somos as negras do Haiti, impulsionada pelo grupo de mulheres Pão e Rosas. Com debate e exposição sobre a ocupação da ONU, que já dura 5 anos, a atividade trouxe à tona a resistência haitiana contra a ocupação e um pouco da história do povo haitiano, em geral tão desconhecida.

Mara Onijá deu início à atividade reivindicando a importância de impulsionar uma campanha como esta, buscando dar voz às mulheres do Haiti que sofrem diariamente com a violência da Polícia Nacional Haitiana e das tropas da ONU, comandadas pelo exército brasileiro. Enquanto Lula mantém um discurso de que o envio das tropas destina-se a ajudar a implementar um regime democrático no país, a realidade demonstra o verdadeiro papel desses contingentes militares: atuam na repressão a uma população que vive sob condições miseráveis e não se cala frente às sistemáticas intervenções estrangeiras. No início de 2008, por exemplo, quando os haitianos saíram às ruas para protestar contra a fome e o aumento do preço dos alimentos, as tropas da ONU estiveram presentes nas ruas pra reprimir e matar. Combatendo a idéia de que os haitianos não são capazes de decidir sobre o destino de seu país, Mara contou um pouco sobre o processo revolucionário em São Domingos em fins do século XVIII e início do século XIX. Apenas dois anos depois da Revolução Francesa, os negros escravizados de São Domingos – que, aliás, era uma colônia extremamente lucrativa, representando cerca de 2/3 do comércio exterior francês na época – se levantaram num processo que durou 12 anos em que combateram forças militares de nada menos que França, Inglaterra e Espanha. A expulsão dos colonizadores franceses culminou no fim da escravidão e na independência de São Domingos em 1804, hoje Haiti. No entanto, desde então não foram poucos os esforços para impedir que o exemplo dos “jacobinos negros” se expandisse para outros países. Mais que isso, ainda no início do século XIX a França envia tropas novamente até impor uma dívida como forma de aceitar a independência.

A atual ocupação da ONU não é um fato novo na história haitiana. O século XIX foi repleto de intervenções de vários países europeus. O século XX esteve marcado principalmente pela intervenção do imperialismo norte-americano que ajudou a implementar ditaduras sangrentas, como foi a ditadura dos Duvalier por cerca de 30 anos. Aristide, presidente deposto em 2004, meses antes do início da ocupação da ONU, já havia sofrido um golpe em 1994. Demonstrando a contradição da esperança ainda depositada em Aristide, um ex-sacerdote católico inspirado na Teologia da Libertação, este conseguiu voltar ao poder na década de 90 após o golpe apoiado numa intervenção organizada pelos Estados Unidos que culminou em cerca de seis anos de manutenção de tropas da ONU no país.

O atual presidente do Haiti, René Preval, por sua vez, é uma demonstração cabal de como alguns negros no poder, que atuam de acordo com as políticas opressoras do imperialismo, nada podem representar na libertação do povo negro. Preval defende a manutenção das tropas da ONU, além de atuar diretamente pela implantação de fábricas maquiladoras que garantem às transnacionais um funcionamento sob brutal ultra-exploração da força de trabalho – uma média salarial de 1,75 dólares por dia, sem direito a organização sindical, sob condições de trabalho precárias e ameaçadoras, com seguranças fortemente armados dentro das empresas.

Por tudo isso, nós do Pão e Rosas nos colocamos ao lado das mulheres e do povo haitiano para que possam decidir seus destinos sem intervenção estrangeira. Enquanto a ONU mantém seus discursos humanitários, nós gritamos: Basta de estupros, repressão e assassinatos! Não podemos deixar de nos indignar frente ao fato de que várias organizações do movimento de mulheres e do movimento negro no Brasil continuem se calando frente à tamanha brutalidade que representa a chamada missão de paz, ou no máximo pronunciando-se contra as tropas sem sequer mencionar que é o governo Lula quem manda o exército que comanda a missão. É preciso colocar de pé uma ampla campanha que se faça presente nas ruas, nos locais de trabalho, nas universidades, nos sindicatos, nas escolas para que as tropas sejam retiradas do Haiti imediatamente.

Ainda que com nossas pequenas forças, queremos fazer ecoar as vozes das mulheres haitianas: das meninas e mulheres estupradas pelos soldados, das mulheres famintas produzindo bolos de lama, das mulheres que perdem seus filhos assassinados mesmo dentro de suas casas, das mulheres que não se calam e saem às ruas protestando contra as tropas da ONU.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Pão e Rosas e chapa Rosa Luxemburgo para o CACS Unesp-Marília realizam exposição em homenagem à Rosa!


Apóie e vote na chapa Rosa Luxemburgo para o Centro Acadêmico de Ciências Sociais (CACS) da Unesp de Marília!
As eleições são nos dias 16 e 17!
Para ler o programa da chapa, clique aqui.













segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Grande atividade de lançamento da campanha "Somos as negras do Haiti!" na Casa Socialista Karl Marx















Em breve mais fotos e informações da atividade de lançamento da campanha:

Somos as negras do Haiti!
Quer levar a campanha para sua escola, universidade, local de trabalho, bairro, ocupação... entre em contato: paoerosasbr@gmail.com

domingo, 13 de dezembro de 2009

O grupo de mulheres Pão e Rosas apóia a chapa Rosa Luxemburgo para o CACS da Unesp - Marília!

Nós, mulheres do Pão e Rosas, compreendemos que uma entidade estudantil deve ser militante e combativa, colocando o movimento estudantil a lutar e refletir sobre o caráter elitista, racista e machista da universidade de classe, e que para além de travar uma luta efetiva pela transformação profunda da universidade, entenda que esta está diretamente ligada a uma transformação da sociedade, e que tal só será possível, se ligando a única classe capaz de derrubar essa estrutura opressora, a classe trabalhadora.

Vemos a necessidade de uma entidade militante, que, dentro do movimento estudantil, através de uma prática militante, levante as demandas das mulheres. Lutando contra a opressão, a violência e o assédio,e que tenha a preocupação de se ligar a sociedade, para que essas discussões não fiquem apenas dentro dos muros da universidade. Assim como se colocar como tribuno do povo, das mulheres exploradas e oprimidas, das/os trabalhadoras/es explorados por esse sistema, como as/os trabalhadoras/es terceirizadas/os, as quais fazem parte do nosso dia-a dia na universidade.

Por isso, nós do Pão e Rosas apoiamos a chapa “Rosa Luxemburgo” para o CACS, pois levantam em seu programa todas essas questões que para nós são centrais, e assim, como nós, se colocam na perspectiva de lutar contra a opressão às mulheres, e a tornar uma discussão viva no Movimento Estudantil e espaços de debates acadêmicos. Com a preocupação também de utilizar desses espaços para resgatar a história de grandes lutadoras, como Rosa Luxemburgo, uma grande revolucionária internacionalista, que dedicou a sua vida a transformação efetiva dessa sociedade opressora, e muitas outras lutadoras, as quais suas histórias foram apagadas dos currículos acadêmicos. É necessário através da atuação no Movimento Estudantil, forjar uma nova tradição no movimento de mulheres: classista e militante.

E nós, do pão e rosas, nos colocamos a tarefa de estar apoiando e somando forças a toda entidade que se proponha a isso.Que enxergue o movimento estudantil de forma estratégica para uma transformação profunda da sociedade ao lado das/os trabalhadoras/es.

Por uma entidade militante e combativa, nós do Pão e Rosas - Marília dizemos:

para o CACS da Unesp de Marília, estamos com a chapa "Rosa Luxemburgo"!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Novo ENEM: a falsa democratização do ensino superior

Por Iaci Maria, estudante pré-vestibular e militante do Pão e Rosas

Nos dias 5 e 6 desse mês ocorreu o tão falado e esperado ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio. Este exame foi criado em 1998 com a finalidade de avaliar o desempenho do estudante que conclui o ensino médio. Nos últimos dez anos, o que ele fez foi acrescentar alguns pontos à nota dos vestibulares para dar uma “forcinha” aos vestibulandos, e também foi utilizado como método de seleção de bolsistas para o Programa Universidade para Todos (ProUni), após a criação deste em 2004. Mas, em 2009, houve mudanças: “O Ministério da Educação apresentou uma proposta de reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e sua utilização como forma de seleção unificada nos processos seletivos das universidades públicas federais”[1]. Os principais objetivos seriam democratizar as oportunidades de acesso às vagas federais de ensino superior, possibilitar a mobilidade acadêmica e induzir a reestruturação dos currículos do ensino médio.

Mudança feita (sem aprovação geral dos vestibulandos), chega a semana do exame e uma bomba estoura na mídia: o Exame foi cancelado por suspeita de fraude! A prova vazou, e a credibilidade do Inep, logicamente, despencou. No primeiro ano do Novo Enem, o ano que serviria de exemplo de "democratização" para os próximos - segundo o Governo Federal – ocorre essa imensa falha que leva os vestibulandos a duvidar da segurança dos vestibulares mais concorridos. E não podemos tirar-lhes a razão.

Passados dois meses do vazamento, os inscritos enfim realizaram a nova prova, mas sem esquecer-se do absurdo acontecimento, e ainda cobertos de indignação. Esta prova mostrou-se na verdade uma prova de resistência, e não de conhecimentos gerais, pois as questões eram longas, mal redigidas, confusas e em nível de grandes vestibulares concorridos. Isso me leva a crer que o tal “processo seletivo democrático” não passou de um funil social, elitizando cada vez mais o acesso ao ensino superior ao invés de democratizar, como dizia a proposta governista. Sem contar as cidades do Espírito Santo, onde não houve prova devido aos alagamentos.

Mas além de tudo isso, uma das coisas que mais me chamou atenção neste exame promovido pelo Governo Federal foi uma questão onde a única resposta correta incentivava a exploração do trabalhador rural em prol do lucro gerado[2]. Em vésperas de ano eleitoral fica claro que o Novo Enem serviu para alavancar uma campanha política petista, com um discurso esperançoso de democratização. E se uma questão desse tipo é colocada para cerca de 2,5 milhões de estudantes do Brasil inteiro[3], é porque é este tipo de política que o atual governo compactua e não nega.

Foi em meados da década de 70 do século passado que se deu início à reforma do ensino no Brasil seguindo os moldes da educação estadunidense, o que levou à desvalorização do ensino fundamental e médio público e ao crescente número de escolas particulares oferecendo ensino de qualidade por mensalidades altíssimas. O ensino superior conseguiu resistir a essa reforma por um tempo, mas é fato que sua privatização é o próximo passo, pois o governo, que tem condições de investir em educação e garantir vagas presenciais a todos, não o faz para investir em banqueiros e empresários, e em vagas nas particulares através dos programas de bolsa, sucateando assim o ensino superior público e suas pesquisas.
O que devemos fazer é mostrar para a juventude trabalhadora brasileira que sonha com uma vaga em uma universidade pública que eles têm este direito! Temos que desmascarar o discurso de campanha de Novo Enem e sua democratização do ensino superior, pois a única maneira realmente democrática de acesso à universidade é o fim do vestibular e a estatização das particulares. Vamos unir forças para mostrar ao governo Lula que o modelo de democracia que ele propõe não é a democracia que queremos. Queremos a real democracia, onde quem trabalha e paga pela universidade pública esteja lá dentro, sem precisar passar por “Novo Enem”!

[1] http://www.enem.inep.gov.br/enem.php
[2] A questão citada pertencia à prova de Matemática e suas tecnologias, e era: "Uma cooperativa de colheita propôs a um fazendeiro um contrato de trabalho nos seguintes termos: a cooperativa forneceria 12 trabalhadores e 4 máquinas, em um regime de trabalho de 6 horas diárias, capazes de colher 20 hectares de milho por dia, ao custo de R$10,00 por trabalhador por dia de trabalho, e R$1000,00 pelo aluguel diário de cada máquina. O fazendeiro argumentou que fecharia contrato se a cooperativa colhesse 180 hectares de milho em 6 dias, com gasto inferior a R$25000,00. Para atender às exigências do fazendeiro e supondo que o ritmo dos trabalhadores e das máquinas seja constante, a cooperativa deveria
A) manter a proposta
B) oferecer 4 máquinas a mais
C) oferecer trabalhadores a mais
D) aumentar a jornada de trabalho para 9 horas diárias
E) reduzir em R$400,00 o valor do aluguel diário de uma máquina "
Pelo gabarito oficial, e fazendo todos os cálculos, chega-se a alternativa D: aumentar a jornada de trabalho para 9 horas diárias, sem aumento de custo.
[3] Havia 4,1 milhões de inscritos no exame, mas a abstenção foi de 37,7%, a mais alta dos 11 anos

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Neste sábado: Lançamento da campanha "Somos as negras do Haiti!"


Lançamento da campanha "Somos as negras do Haiti!".
Com debate, exposição de fotos e vídeos. Seguido de uma festa com muita música!
É neste sábado, 12 de dezembro, às 15h. Na Casa Socialista Karl Marx (Pça Américo Jacomino, 49 - Metrô Vila Madalena).
Não percam! Convidem suas amigas, familiares, colegas de trabalho.
Vamos juntas gritar: "Pra ter o destino nas mãos a resistência não se esgota, sou negra haitiana pela saída das tropas!"

Chapa Pagu ganha as eleições no CASS da PUC-SP!

Por Bia Michel, integrante do Pão e Rosas e da chapa Pagu

No último período, nós, mulheres do Pão e Rosas junto com companheiros e companheiras independentes organizamos a chapa PAGU para disputar o Centro Acadêmico de Serviço Social da PUC (CASS). Essa iniciativa partiu de entendermos que nós mulheres devemos ocupar os espaços políticos do Movimento Estudantil para podermos discutir nossas demandas e fazer com que todos os companheiros levantem nossas bandeiras conosco.

Nosso programa e campanha foram baseados na importância da construção de um CA militante e combativo ligado a base dos estudantes de Serviço Social por entendermos que essa é a única forma de nos organizarmos para intervirmos nos fatos políticos da atualidade, lutando em defesa do MST e dos movimentos sociais que vem sistematicamente sendo perseguidos, contra a repressão policial nas periferias e denunciando o papel do governo Lula no ataque aos trabalhadores e ao povo pobre. Também colocamos em pauta a questão da democratização da Universidade, levantando a questão do acesso e permanência estudantis, a questão da precarização do trabalho, entre outras.

E no dia 02/12, os estudantes de Serviço Social decidiram por essa proposta de organização do nosso CASS! A chapa PAGU foi eleita com 91 votos contra 83 para a chapa Na Práxis, formada por setores apoiados pelo PCB. Agora, desde o Centro Acadêmico, junto com os estudantes, começaremos esse novo período organizando uma grande calourada com esses eixos chamando os estudantes a se colocarem ativamente nessas lutas.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Trabalhadoras eletricistas em greve de fome no México: "Estamos com fome de justiça"

Por Sofia Andrade

(México, 30/11/09) Desde o dia 23 de novembro, onze companheiras eletricistas se mantêm em greve de fome. Apesar dos perigos que isto causa em sua saúde, a determinação de continuar a luta é inesgotável. No acampamento improvisado na avenida “Insurgentes y Reforma”, que agora é sua casa, expressam sua voz.

“Enquanto o governo Federal não tiver uma resposta favorável para nós, os eletricistas, vamos continuar nas ruas. Se eles querem que morramos aqui, então morreremos. Nós não nos cansaremos. Estamos dispostas a chegar até as últimas conseqüências”, disse de forma decidida Mónica Jiménez Acosta, registradora da empresa e quem hoje coordena o movimento de Eletricistas em Resistência. Esta difícil medida, tirada na assembléia das mulheres, busca ser uma referência à fome e à miséria dos quais estão padecendo no país, milhares de desempregados que o governo e as empresas têm jogado às ruas, aos quais de um só golpe se somam mais de 44 mil trabalhadores da Luz y Fuerza del Centro.

“Queremos um emprego digno, queremos uma proposta para estes trabalhadores, para este sindicato. Estamos com fome, porém com fome de justiça”, continua Mónica. Eis que, após o arbitrário decreto de extinção da empresa Luz y Fuerza del Centro, a vida dos trabalhadores do Sindicato Mexicano de Eletricistas deu uma tremenda reviravolta, que já está deixando uma grande experiência de luta. “Depois do horrível momento de como nos tiraram de nossa casa Luz y Fuerza, hoje estamos contentes de participar deste movimento, porque estamos com a convicção de que vamos vencer (…) estamos emocionadas de quantas pessoas têm nos apoiado”, assinala Alejandra Rojas, quem desde o depto. pessoal atendia seus próprios companheiros eletricistas. “Calderón não vai nos atacar com sua polícia ou com quem queira para nos espantar. Estaremos nas ruas, até encontrar uma solução”, enfatiza. As companheiras sabem que este ataque sobre os e as eletricistas repercute em todo o conjunto da classe operária.

Judith García, trabalhadora aposentada a quase três anos, também participante desta greve de fome, está convencida de que os direitos dos aposentados não estão livres de desaparecer. “O contrato coletivo está vigente até 16 de março. Apesar da promessa do poder executivo de que respeitarão nossos direitos e salários, a verdade é que não confiamos neles. No meu caso as pessoas poderiam dizer: 'Mas você já está aposentada, o que está fazendo nesta luta?'. Minha aposentadoria ninguém me deu de presente, trabalhei longos 25 anos por ela, desde meus 15 anos... a mim ninguém deu nada de presente. Pois enquanto os filhos do presidente aos 15 anos estavam brincando com seus bonecos de neve, eu já estava trabalhando e estudando. A mim, ninguém deu nada de graça, nem a nenhum de meus companheiros... nenhum dos benefícios que temos foram senão graças a luta de nossos pais e avós. A luta de meus companheiras também é minha. Arriscamos nossa vida porque não temos nada a perder”, enfatiza.

A mais jovem das participantes nesta greve de fome é Isabel Pérez López de 22 anos de idade, quem teve um tempo recorde de oito meses trabalhando para a LyFC. Ela, compartilha uma mensagem com o resto dos trabalhadores do país e da América Latina que, assim como elas, estão pagando os custos da crise econômica com desemprego e precarização de seus trabalhos.

“É preciso colocar toda a vontade, toda luta se pode ganhar, e se sofrem algum dano laboral, que se organizem e lutem por seus direitos. Nós podemos! Nós temos muita fé de que tudo isto que estamos fazendo vai fazer-nos avançar e que voltaremos a nossa fonte de trabalho. Só está vencido aquele que não luta! Depois de conhecer a rejeição pela Câmara dos Deputados a entrar em uma controvérsia constitucional pelo decreto, as companheiras retomam novas forças e sabem que por esta via dificilmente poderemos chegar a uma solução. Para que servem os deputados e senadores? Eles sim tem privilégios, salários e bônus milionários, sendo que nós os trabalhadores somos quem produzimos a riqueza. Eles justificam sua arbitrariedade sobre nós, por isto seguiremos na luta, não vão nos vencer, enquanto nossos corpos nos permitam, vamos seguir aqui apesar das conseqüências que isto traga”, reitera Mónica. “Apesar de que nossos filhos estão nos esperando em nossas casas, porque não estamos dispostos a entregar-lhes um país onde tenham que se curvar diante dos neoliberais e fascistas, por isso vamos seguir o tempo que for necessário”.

De fato, o futuro de muitos trabalhadores e seus filhos estão em jogo, disso estão conscientes os trabalhadores e trabalhadoras eletricistas e demais setores de trabalhadores e o povo que está participando deste importante combate. “Esta não é uma luta apenas dos eletricistas, pelas condições que o mesmo governo nos tem levado, teremos uma situação geral e privilegiada para que, neste momento, se nos unimos todos os que sempre somos os mais afetados, os operários, os camponeses, as donas de casa (…), teremos a grande oportunidade de fazer uma transformação neste país, e tirar toda esta gente que só tem feito privilegiar os interesses de todas as grandes empresas estrangeiras, dos órgãos financeiros e daqueles que ficam com os monopólios dos grandes negócios neste país”, finaliza Judith.

Para saber mais visite o blog "Em defesa de Luz y Fuerza".

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Todo apoio à luta das trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da Fiocruz!

Por Livia Barbosa, assistente social e militante do Pão e Rosas e da LER-QI

Na manhã do dia 2 de dezembro tivemos uma grande demonstração de que apesar da demagogia do “fim da crise” e do “aumento do número de empregos” sustentado pelo governo Lula, a classe trabalhadora sofre ataques diários e por isso mesmo não vai se calar. Os trabalhadores, que se vêem numa situação de aumento da precarização do trabalho e, por essa via, de diminuição ou simplesmente não cumprimento das leis trabalhistas, enfrentaram os patrões e a polícia para terem seus direitos garantidos.

Nada menos que 300 trabalhadores terceirizados da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz, da administração federal) localizada em Manguinhos, no Rio de Janeiro, se organizaram em busca de seus elementares direitos trabalhistas, reivindicando seus salários dos quais não foram pagos nos últimos meses, assim como férias e 13°. Os trabalhadores da jardinagem e limpeza, deram um primeiro passo se enfrentando com as profundas barreiras que muitas vezes dificultam a organização dos trabalhadores terceirizados, - como a intensa precarização do trabalho, o grande abismo existente entre funcionários efetivos e não efetivos, a opressão ainda mais forte às mulheres trabalhadoras, as concretas e constantes ameaças da patronal e o total descaso das burocracias sindicais – e conseguiram se organizar.

E como não poderia deixar de ser, a polícia, cão de guarda da propriedade privada e inimiga da classe trabalhadora, reprimiu covardemente os manifestantes. É o que a polícia faz todos os dias nos morros cariocas, nas greves de trabalhadores e é também o que vai fazer na preparação da Copa e nas Olimpíadas de 2016 contra o povo pobre e negro! Os trabalhadores, em sua maioria moradores das comunidades de Manguinhos, que já se enfrentam diariamente com a opressão policial e os assassinatos de moradores cometidos por esta força assassina, tiveram novamente que se enfrentar contra dois batalhões da polícia por estarem reivindicando seus direitos elementares e poder ir às ruas defender suas mínimas condições de trabalho.

Num momento em que as páginas dos jornais e todos os noticiários estão estampados com imagens de deputados e governadores literalmente fazendo a festa com dinheiro vivo de toda a população, os trabalhadores terceirizados da Fiocruz são espancados por exigirem o mínimo que lhes é de direito! Um retrato do Brasil de Lula, onde os banqueiros e empresários lucram muito, e os trabalhadores e o povo pobre não tem nada. Nós, mulheres militantes do Pão e Rosas, nos colocamos em total apoio aos bravos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas da Fiocruz, e gritamos:

Pagamento imediato dos salários atrasados, 13º e férias proporcionais!

Nenhuma repressão aos trabalhadores em luta!

Incorporação imediata de todos os terceirizados ao quadro de efetivos da Fiocruz, com os mesmos salários e direitos, sem a necessidade de concurso público ou processo seletivo!

Que as organizações de esquerda se coloquem em apoio ativo à esta luta!

Que a Associação dos Servidores da Fundação Oswaldo Cruz (ASFOC) se levante em defesa dos terceirizados para pôr fim às divisões entre os trabalhadores incorporando os terceirizados e autônomos!

Pela organização de uma comissão interna dos terceirizados para continuidade desta luta e continuidade de sua organização!


Que os estudantes e seu grêmio da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) se solidarizem com os trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas. Fazemos também um chamado à ANEL-RJ e todas as suas entidades a se colocarem em defesa dos terceirizados!

Debate: O caso de Geisy Arruda, estudante da Uniban, e a Violência contra as mulheres


Debate com

TEREZINHA MARTINS
Doutora em Psicologia Social, professora do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva - UFRJ

ANNA MARINA PINHEIRO
Doutora em História Social, professora do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais - UFRJ

CLARISSA MENEZES
Mestranda em Saúde Coletiva - UFRJ e integrante do grupo de mulheres Pão e Rosas

Mediação: LUDMILA CARDOSO
Pesquisadora do Laboratório Territorial de Manguinhos ENSP/Fiocruz, estudante de Lic. em Ciências Sociais/UFRJ e integrantedo Mov. A Plenos Pulmões

08 de dezembro (terça-feira) às 19h
Local: IFCS/UFRJ – (térreo)
Largo São Vicente de Paula, 01 – Centro – RJ

Organização:
Grupo de mulheres Pão e Rosas
Movimento A Plenos Pulmões

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Amanhã apresentação da peça teatral "E Agora, Nora?" seguida do debate "Movimentos políticos e sociais e as mulheres hoje"

A companhia Temporária de Investigação Cênica apresenta seu novo espetáculo, E Agora, Nora?!, na Casa Livre. A peça é formada por quatro blocos em que se é discutido o papel da mulher na sociedade e as transformações femininas ao longo do tempo, seus clichês e manias.

A montagem parte da cena final de Casa de Bonecas, de Henrik Ibsen, em que a personagem principal decide romper com seus "papéis de mulher" - mãe, esposa e filha - para buscar sua individualidade. O avanço do feminismo na sociedade, a importância da mídia e de suas revistas voltadas para esse público e as experiências das próprias atrizes permeiam a ação. (Fonte: Guia da Semana São Paulo).

Ficha Técnica
Dramaturgia: Cia. Temporária de Investigação Cênica
Concepção e Direção: Joana Dória de Almeida
Elenco: Joana Dória de Almeida, Júlia Novaes e Sofia Boito
Assistente de Direção: Diogo Spinelli
Intervenções Poéticas: Roberta Estrela D´Alva
Orientação: Cibele Forjaz
Desenho de Som: Pedro Semeghini
Desenho de Luz: Sofia Boito
Cenário e Figurinos: Cia. Temporária de Investigação Cênica
Vídeos: Carolina Mendonça e Fernanda Gomes

Após a apresentação da peça, o Pão e Rosas - Letras USP participará do debate "Movimentos sociais e políticos e as mulheres hoje". Dia 02/12 às 20h na Sala Experimental Plínio Marcos do TUSP (Teatro USP) na Rua Maria Antônia, 294 - Consolação.